quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Professor

A missão da educação, do educador, está em crise nos nossos tempos. Vivemos momentos de social media, de informações “pré-conhecidas”, de leituras ligeiras. Não, nem tudo isso é ruim a priori. Mas o que se espera – ou se exige – da educação e do facilitador do processo de ensino hoje?

O tempo do professor é o tempo do aluno – e esse relógio gira além do real. Talvez seja muito fácil conduzir o processo e direcionar o estudante a um caminho, a um sentido que pareça – ao professor e não necessariamente ao aluno -o mais interessante. Isso é uma armadilha.

Ao contrário do que muitos dizem – e escrevem em jornais e revistas – não cabe ao professor a função de hipnotizador ou de imantador temático. Não! Ser professor é descobrir o próprio estilo e entender a relação que se estabelece em diversos sentidos, entre professor e estudantes. A compreensão de papéis é o principal caminho para que se estabeleçam relações de diálogo, em que a criação de espaços de aprendizado coletivo floresçam.

Professores são pessoas com características muito diferentes uns dos outros. Isso deve ser levado em conta. Alunos são pessoas com perfis cada dia mais diferenciados, mas todos com o mesmo objetivo – é o que se espera! -, o que os transforma em públicos, os identifica, os transforma em criaturas movidas pela sede da evolução intelectual.

Opto por buscar a difícil tarefa de tentar entender as criaturas – oriundas da construção intelectual -, de ouvi-las, de saber que elas nem sempre me ouvem, nem sempre assimilam aquilo que eu, de forma egoísta, me asseguro que todos deveriam atentar-perceber-reter. Essa tríade nem sempre acontece. E educar é isso: a imperfeição dos processos permite a diferenciação dos mesmos, o que, em melhor análise, é a maior riqueza em lidar com pessoas.

Retirado do site:http://comunicacaoeopiniao.wordpress.com/

Autor:Luiz Alberto de Farias